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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Vídeo: Zeca no Chacrinha

Zeca Pagodinho no programa do Chacrinha em 1985:

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Paulo da Portela volta para casa quase 70 anos depois

De Luis Carlos Magalhães

A primeira vez que ouvi falar de Paulo da Portela foi às vésperas do carnaval de 1965. Era também a primeira vez que eu havia ido à Portela.
Naqueles tempos, ainda menino, eu freqüentava muito mais a Mangueira, muito mais perto de minha casa, e o Salgueiro, no Clube Maxwell, mais próximo ainda. Não havia ainda o Portelão. Se a Portelinha era pequena para os ensaios comuns que dirá para a grande final de samba-enredos daquele ano.
A decisão foi no Imperial Basket Clube, ali mesmo na estrada do Portela onde é hoje o Ponto Frio. Eu estava lá.
Para quem foi a dois ou três ensaios na Portelinha, o Imperial era gigantesco; mesmo assim pequeno demais para aquela noite. Era o carnaval do quarto centenário. Todas as escolas do Grupo Especial tiveram como enredo a cidade do Rio de Janeiro que completava 400 anos. Quase todas as escolas dos Grupos de Acesso também.

Sambas memoráveis como “Os cinco bailes da história do Rio” de Silas de Oliveira, Ivone Lara e Bacalhau; História do Carnaval Carioca – Eneida , de Geraldo Babão e Valdevino Rosa, tremendo “lençol”, 48 versos, e sambas belíssimos de Lucas e da Capela.
A Portela decidia ali o samba para o enredo de Nelson Andrade “Histórias e Tradições do Rio Quatrocentão”.
Nunca vou poder esquecer esse dia. Eu e os outros meninos da minha distante rua, sem que nossos pais tivessem idéia de onde estávamos naquela noite de sábado de 1965.
Lá pelas tantas, ao ser divulgado o resultado final, em meio àquela imensa euforia, os compositores vencedores foram chamados ao palco.
Vi então um negro enorme, corpulento, com olhos muitos expressivos, entre- passando as mesas do salão. Um sorriso muito largo e forte saudava a todos que o aplaudiam.
Era Candeia, talvez em seu último dia de glória como sambista, com seu parceiro Waldir 59.

Não era a primeira vez que eu o via pela “primeira vez”, mas este é um tema para oooooutra conversa..
Foi também naquela mesma noite ( Que noite!) que ouvi pela primeira vez falar em Paulo da Portela. Eram dois sambas de quadra de autoria do então jovem Monarco que já ali assumia seu comovente mister de ser o contador das histórias da Portela, as mais bonitas histórias da Portela.
Monarco contava e cantava em um dos sambas sobre um menino chamado Paulinho que, segundo ele, era o sucessor do outro Paulo. Um samba era “Passado de glórias”, o outro “De Paulo da Portela a Paulinho da Viola, ambos em parceria com Chico Santana.
De Paulinho, o da Viola, eu já ouvira falar. Havia visto um show ou dele ouvido algum samba. Do outro Paulo, o da Portela, eu nada sabia.
E fiquei ouvindo Monarco dizer que “Paulo e Claudionor (passista lendário, maior de seu tempo) quando chegavam às rodas de samba todos corriam pra ver”. E Monarco seguia “... no livro de nossas histórias tem conquistas a valer”. E concluía cantando que se fosse ali contar todas as glórias da Portela aquela noite não ia terminar.
Aquele samba tão marcante seguia dizendo que “... Paulo, com sua voz comovente cantava ensinando a gente com pureza e prazer”.

Neste sábado, Paulo voltará para sua escola quase setenta anos depois; seu busto estará ao lado de Natal, outro galho daquela mangueira que está lá até hoje.
Todos nós devemos estar lá no Portelão, todo o povo do samba, portelenses ou não.
Devemos levar nossos filhos... E homenageá-lo como se estivéssemos ali querendo dizer a ele, nós e nossos filhos, que seu nome jamais cairá no esquecimento.
Ali ao lado de Natal estará Paulo Benjamim de Oliveira, o Paulo da Portela.
O maior de todos os bambas.

Leia na íntegra aqui.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Com vocês...Império Serrano!

Estou disponiblizando para download um disco que considero uma obra-prima. "Um show de velha guarda", do Império Serrano.

Lançado pela gravadora Biscoito Fino em 2006, o CD traz 14 músicas cantadas pela velha guarda da verde e branco da Serrinha. São canções dos maiores bambas do Império, como Silas de Oliveira, Mestre Fuleiro, Molequinho, Nilton Campolino, Mano Décio da Viola, entre outros. São 13 sambas e uma faixa de jongos.

Entre os músicos, Paulão 7 cordas (que dirigiu o trabalho), Carlinhos 7 cordas, Mauro Diniz (cavaco), Felipe de Angola, Esguleba...

Realmente imperdível. Mas, além das ótimas músicas, o trabalho fica completo com o encarte muito bem feito e acabado, onde é contada por cada um dos integrantes da velha guarda a sua história dentro do Império Serrano e, conseqüentemente a história da própria escola de samba.

Clique nas músicas para baixar uma por vez.

Faixa 1 - Império Tocou Reunir (Silas de Oliveira/Dona Ivone Lara)
Faixa 2 - Menino de 47 (Nilton Campolino/Molequinho) - Não Me Perguntes (Mestre Fuleiro/Dona Ivone Lara)
Faixa 3 - Dei-te um Lar (Luiz Carlos Nega Véia)
Faixa 4 - A humanidade (Aloísio Machado)
Faixa 5 - O poeta e a natureza (Osório Lima/Mano Décio da Viola)
Faixa 6 - Cuidado Vovó (Hélio dos Santos/Nilton Campolino)
Faixa 7 - O que seus olhos têm (Mestre Fuleiro)
Faixa 8 - Bálsamo da Paz (Osório Lima)
Faixa 9 - Amor Aventureiro (Silas de Oliveira/Mano Décio da Viola)
Faixa 10 - Serra dos meus sonhos (Carlinhos Bem-te-vi)
Faixa 11 - Obsessão (Osório Lima/Mano Décio da Viola)
Faixa 12 - Triste Destino (Adilson Negão)
Faixa 13 - Sou imperial (Avarese)
Faixa 14 - Tava doente (Domínio público) - Vapor da Paraíba (Mestre Fuleiro/Vovó Teresa)

Para comprar esse CD, clique aqui.

Preconceitos americanos contra Obama

Conforme cresce a pré-candidatura do senador negro Barack Obama à presidência dos Estados Unidos, aumentam também as "manobras" dos seus adversários (ou da sua adversária) para tentar conter a "onda Obama".

As "gafes" da TV americana se repetem, sempre associando a imagem do terrorista Osama Bin Laden à de Obama. Hoje, foi divulgada para o mundo esta foto, tirada em 2006 no Quênia, país de origem do pai do candidato. Obama aparece vestido com roupas tipicamente muçulmanas, o que é normal e não significa necessariamente que esta é a sua religião. Ele já se declarou protestante.

No entanto, a tentativa é de associar a sua imagem com a dos terroristas que tanto amedrontam os americanos. Para isso, utilizam o preconceito difundido nos EUA contra os árabes e muçulmanos.
A campanha de Obama acusa a sua adversária nas prévias democratas, Hillary Clinton, de ter difundido a foto. Mas, curiosamente, o blog Drudgereport foi o primeiro a divulgá-la, o mesmo que mostrou em 1998 o caso de Bill Clinton com a estagiária da Casa Branca Mônica Lewinsky.
"Quero deixar claro que não conhecemos essa fotografia, a campanha não a sancionou e eu não sei nada sobre isso", disse o porta-voz de Hillary, Howard Wolfson.
No dia 4 de março acontecem prévias decisivas no estado de Ohio. Obama está pouco a frente de Hillary. Entre os republicanos o senado John McCain será o candidato.
Cuba
Em um debate realizado na semana passada, ficaram claras algumas diferenças no que pensam Obama e Hillary sobre a ilha de Fidel Castro.

Perguntados se conversariam com o novo comandante do país, Raúl Castro, Obama disse que os EUA precisam dar o primeiro passo na reaproximação dos dois países. Já Hillary foi mais conservadora: afirmou que só conversa se ficar claro uma "democratização" da ilha.

Interessante seria perguntar a Hillary se ela não conversaria com o presidente da China, já que lá também existe uma ditadura. Aliás, bem pior que a cubana no que se refere a violação dos direitos humanos.
Foto: arquivo-2006/Associated Press

Homenagem

Do Tudo de Samba:

Um os fundadores da Vai Como Pode, embrião da Portela, o compositor Paulo da Portela vai ganhar busto que será colocado na entrada da quadra da escola, em Madureira, onde já existe o busto de Natal, ex-presidente da azul e branco.

Segundo nota publicada nesta terça-feira, na coluna Gente Boa, de O Globo, a inauguração vai acontecer em 1º de março, sábado que vem, com as presenças de bambas portelenses, como Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Preso compositor do samba-enredo da Mangueira


Tuchinha, como era conhecido, utilizou o nome Francisco do Pagode para assinar, junto com outros compositores, o samba-enredo que a Estação Primeira de Mangueira levou à Sapucaí no último carnaval.

O traficante foi preso sábado em Aracaju, Sergipe, para onde se mudou com a mulher e a filha de 3 anos. Agora, Tuchinha pede à polícia para não cumprir pena em Bangu 1, onde teme ser morto pelos chefes do Comando Vermelho (CV). É possível que seja transferido para uma prisão federal.

Mas a confusão em torno da Mangueira - que contribuiu para o péssimo resultado da escola no carnaval - não acaba com a prisão de Tuchinha. A polícia acusa a direção da escola de ter fechado a tal passagem secreta que dava acesso direto à quadra, o que juridicamente constitui fraude processual.

É um desafio para a diretoria da Mangueira manter-se livre do tráfico com a quadra encravada no morro mais lucrativo para os traficantes, com faturamento calculado de R$ 1 milhão por semana.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

"Não sou alcoólatra"

Zeca Pagodinho faz mais dois shows, hoje e amanhã, em São Paulo (Credicard Hall) do seu Acústico MTV-Gafieira.

Hoje, na Folha de S.Paulo saiu uma entrevista dele, concedida à jornalista Laura Mattos.
Claramente sem vontade de falar com a repórter, Zeca respondeu a primeira pergunta "Como será seu próximo disco?". "De samba ué".

Depois falou do personagem Zé da Feira, da novela Duas Caras, inspirado nele. "Não sou alcoólatra, não ando caído de bobeira na rua. Ele é inspirado, porra, não é o Zeca Pagodinho"

A repórter insistiu. "A cerveja não atrapalha a sua vida em nenhum momento?". Zeca responde: "Minha vida é que atrapalha a minha cerveja".

A entrevista na íntegra aqui. Só para assinantes da Folha ou UOL.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Natal da Portela, o filme

Ainda na onda do carnaval, a TV Brasil passou o filme "Natal da Portela" (1988), de Paulo César Saraceni, uma co-produção Brasil/França que conta a história do "Seu Natalino", o bicheiro que deu tudo pela Portela e por Madureira.
O filme é ruim tecnicamente e as belas interpretações de Milton Gonçalves (que interpreta Natal), Grande Otelo, Zezé Mota e outros, contrasta com a de Almir Guineto, escolhido para representar o Paulo da Portela. Mesmo assim é ótimo para entender melhor esse personagem que virou bamba, mesmo sem nunca ter tocado um instrumento ou composto um samba.
Natal é mostrado como realmente foi. Um homem que fez tudo pela comunidade, mas não um homem bom. Inclusive o episódio em que mata um rival (um racista que o chama de "negro nojento") e vai parar no presídio da Ilha Grande é mostrado. O personagem principal é daqueles que ocuparam o vazio deixado pelo Estado nos suburbios.

Ao mesmo tempo é possível entender um pouco dos sucessivos campeonatos que a Portela venceu e conhecer um pouco também de Paulo da Portela e da velha-guarda. Destaque para o episódio do afastamento do Paulo, após briga com Manoel Bam-bam-bam, e a sua composição "o meu nome já caiu no esquecimento".

Algumas cenas dos desfiles são um pouco estranhas. Não condizem com a realidade. Talvez pela falta de recursos, ou devido à participação dos franceses. No final são mostradas cenas reais do desfile que a escola fez, já na Sapucaí, em homenagem a Natal. É legal ouvir um diálogo na avenida entre Monarco e João Nogueira.

No site Portela Web encontrei mais coisas interessantes sobre Natal, como a sua passagem na diretoria do clube Madureira, e uma excursão internacional que fez com o time de futebol. Vale a pena dar uma passada por lá.
Na cena da foto, Paulo da Portela (Almir Guineto) mostra composição a Natal (Milton Gonçalves).

Baixo clero quebra o pau no Senado


Os senadores Gilvam Borges (PMDB/AP) e Mário Couto (PSDB/PA) quase trocaram socos durante a sessão de hoje o Senado.

Tudo começou quando o governista Gilvam Borges, correligionário e uma espécie de porta-voz de José Sarney, chamou a oposição de irresponsável e falou que o assunto dos Cartões Corporativos já estava fora de moda. "Se o objetivo é desgastar o Governo ou o próprio Presidente Lula, as pesquisas mostram que quanto mais batem, mais ele cresce. A Oposição raivosa, temperamental, irresponsável, que perde tempo falando de coisas que não atingem diretamente o Governo, deveria reavaliar essas posições.", afirmou.

O tucano Mário Couto, com um jeito teatral que é quase uma mistura de Mão Santa com Almeida Lima, tomou as dores: "Aqui fazemos uma Oposição responsável. Olha como é responsável e veja como falo a verdade. Se essa pesquisa for verdadeira, estamos criando uma nova cultura neste País. Nenhum ato ilícito cometido por este Governo tem qualquer significado, que não dá em nada, 'não pega nada', e o Presidente continua subindo nas pesquisas?"

Gilvam Borges, sabendo que Mário Couto não estará em Brasília amanhã, disse que poderia continuar discutindo o assunto nesta sexta-feira. "Seria bom vossa excelência cancelar sua viagem amanhã. Esse dedo que vossa excelência aponta sempre, essa expressão teatral que utiliza, o espancamento que faz à tribuna sofrida... amanhã estaremos aqui para trabalhar."

Mário Couto se exaltou. "Vossa excelência chamou a oposição de irresponsável. A oposição não é irresponsável. E vossa excelência não vai mais repetir isso."

O presidente da sessão, Álvaro Dias (PSDB/PR), precisou suspender os trabalhos por alguns instantes. Mário Couto desceu da tribuna e, como a TV Senado mostrou, foi para cima de Gilvam Borges, e a turma do "deixa-disso", liderada, vejam só, por Kátia Abreu (DEM/TO) entrou em ação para evitar que os civilizados parlamentares demonstrassem um afeto ainda maior um pelo outro. Que bonito!

Ouça um compacto da briga na página da Jovem Pan (precisa ter Real Player) e repare que Mário Couto grita: "não há deferença (sic) alguma" entre comprar uma tapioca ou roubar um milhão de reais.

Só para lembrar, em uma de suas passagens pelo Senado, Gilvam Borges havia contratado como assessoras sua mulher e sua mãe. Ao explicar as nomeações, respondeu: "Uma me pariu e a outra dorme comigo".

Congresso "classe A" esse nosso, não?
(foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Renúncia de Fidel não muda o regime

É quase unanimidade, inclusive entre os que consideram Fidel Castro simplesmente um “ditador”, que a sua renúncia do poder 49 anos após a Revolução não representa uma drástica mudança na política e no sistema econômico socialista da ilha.
Há 19 meses afastado da presidência por motivos de saúde, Fidel anunciou na quarta-feira, 19, em carta publicada no jornal oficial Granma, que não vai reassumir o cargo de presidente do Conselho de Estado, que deve ficar com o seu irmão Raúl Castro. Fidel vai continuar a atuar apenas com idéias, repercutidas pela TV e jornal estatais.

A notícia da renúncia não surpreendeu a ninguém e não gerou grandes reações entre os dissidentes de Miami, ávidos por uma oportunidade de derrubar o regime socialista.
Em sua longa jornada, o líder comunista teve como principal inimigo o vizinho Estados Unidos, que não só tentou assassinar Fidel (via CIA), como invadiu Cuba em 1961, em episódio conhecido como a invasão da Baía dos Porcos.

Os avanços na qualidade de vida da população foram inegáveis desde a Revolução, mas após a dissolução da União Soviética (1991) Cuba enfrentou dificuldades que começaram a ser superadas com o investimento (em parcerias com a iniciativa privada) no turismo. No entanto, a falta de liberdade e o contraste entre quem trabalha no turismo ou na máquina estatal com os habitantes “comuns” é um desafio de Raúl Castro para manter o regime.

O novo comandante já acenou com aberturas, mas que não devem significar a instauração de um “modelo chinês”, como querem os liberais.

O embargo econômico imposto pelos EUA deve continuar, qualquer que seja o resultado da eleição presidencial de novembro. Mesmo o democrata Barack Obama, que tem como lema de campanha a mudança (change), só diz que vai "dialogar" com os inimigos do país, o que já é um avanço, mas não dá esperança de mudanças.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Beija-Flor pensa em 2009


O banho ou a Ucrânia são os possíveis temas da atual campeã Beija-Flor para o carnaval de 2009. A escolha depende dos patrocínios.

Ambos são temas bem difíceis de desenvolver e, principalmente, dar bons sambas-enredo. "Hoje, eu já começo a fazer um esboço do enredo sobre o banho, que é uma idéia que venho amadurecendo desde 2005. Vou fazer uma pequena sinopse para apresentar a algumas empresas que já sinalizaram com possibilidade de patrocínio. Esse enredo só deverá ser levado à Sapucaí caso a escola feche mesmo um patrocínio. Por enquanto, além do título ("No chuveiro da alegria, quem banha o corpo lava a alma na folia"), só tenho as idéias na cabeça", disse ao site Tudo de Samba o carnavalesco Alexandre Louzada.

O tema ruim pode acabar com o reinado da Beija-flor?

Fotos (André Müzell/Futura Press): A rainha Raíssa, que completa a maioridade ano que vem, e a porta-bandeira Selminha Sorriso, presenças certas na escola de Nilópolis.

Nei Lopes lança mais um livro


O cantor, compositor e escritor (descobri agora, advogado e cientista social também) Nei Lopes lançou na segunda-feira mais um livro, o Dicionário Literário Afro-Brasileiro (Pallas, 168 páginas, R$ 35).

A boa revista Carta Capital publicou uma matéria sobre o livro. Clique aqui para ler. Parece bem interessante. "Lopes aventurou-se a vasculhar a ficção em busca de autores e personagens emblemáticos da negritude. E o que exibe como resultado da investigação é uma coleção de negros e negras estereotipados, criados sob influência de nosso racismo velado, tantas vezes negado", diz a reportagem.

O autor analisou como o negro é retratado nas principais obras literárias brasileiras. Sobrou pra todo mundo: Machado de Assis, Jorge Amado e, principalmente Monteiro Lobato.

A boa notícia é que Nei disse que lança em março um romance denominado Mandingas da Mulata Velha na Cidade Nova, ambientado na famosa Praça Onze.

Para ver mais livros do autor, clique aqui.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A blindagem do governo e o fim do poder da mídia

A aprovação ao governo Lula, mostrada em pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje, é mais uma prova de que a mídia dominante, desde a reeleição do presidente, não consegue mais influir decisivamente nas mentes de todas as classes sociais do país.

Na última eleição, o máximo que conseguiu foi forçar um segundo turno ao mostrar, com a ajuda de um delegado inescrupuloso da Polícia Federal, os dólares que supostamente faziam parte de um caixa 2 da campanha do PT. O candidato da oposição, no entanto, teve menos votos no segundo turno do que no primeiro. Uma façanha.

Agora, mesmo com todas as crises já criadas pela mídia este ano, como a "epidemia" (que não houve) de febre amarela e os cartões corporativos, que como se vê, são usados por governos de outros partidos também, não mancharam a aprovação ao governo.

A perda de poder dos grandes jornais e redes de televisão também se explica pelo acesso a outros meios de informação. O principal é a internet. No Brasil, mesmo quem não tem computador já pode acessar a rede na escola, faculdade ou lan-houses que, na periferia, cobram R$ 1 por hora.

No site da revista Fórum, uma das publicações "do outro lado", foi criada uma seção para os blogues políticos que denominam "independentes". Encabeça a lista a página do jornalista Paulo Henrique Amorim, o Conversa-Afiada.

A democratização da comunicação, que acontece aos poucos (bem aos poucos mesmo) no país explica parte da "blindagem" do governo Lula às crises que são criadas a todo momento. Claro que a explicação mesmo está na melhora (não a ideal) da vida dos mais pobres e na economia que cresce.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Prato e Faca

Proliferam pela internet blogs onde é possível baixar discos inteiros de samba que já não se encontram mais.

Por esse meio, conheci boa parte das músicas mais antigas. Fui apresentado a mais um deles, o Prato e Faca.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Centrais pedem apoio de Lula por redução da jornada

Da Agência Brasil

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, pediu hoje (14) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que participe do abaixo-assinado que as centrais sindicais estão fazendo em favor da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salários.

O pedido foi feito durante a solenidade de assinatura da mensagem presidencial que encaminhou ao Congresso Nacional
duas convenções da OIT sobre direitos trabalhistas. Henrique entregou uma cópia para o presidente assinar, mas Lula apenas leu o documento e entregou a um de seus assessores.

O presidente da CUT disse que a idéia de fazer um abaixo-assinado foi do presidente Lula. Segundo ele, durante uma reunião no Palácio do Planalto, Lula deu um “puxão de orelha” e sugeriu que as centrais sindicais fizessem “uma grande campanha para arrecadar assinaturas pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários”.

Em seu pronunciamento, Lula disse que a iniciativa de propor a redução deve ser das entidades sindicais. “Se fosse apenas uma proposta do governo, iria se transformar em um embate entre o governo e a oposição e muitas vezes o povo ficaria alheio, assistindo aos discursos”, disse.

Lula defendeu que os avanços da modernidade devem significar não apenas um aumento de produtividade ou de rentabilidade, mas também um aumento das horas de lazer do trabalhador.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, também pediu a ajuda de Lula para a proposta. “Eu sei que o senhor não vai assinar, mas pode ajudar muito a reduzir a jornada de trabalho no Brasil”, disse.


Crédito da foto: Roosewelt Pinheiro/ABr

A debandada na Portela

Já falamos aqui no blog sobre o bom resultado da Portela nesse carnaval, que nos deixou muito felizes. Depois de 10 anos conseguiu voltar ao desfile das campeãs, com o quarto lugar.

Agora, as notícias sobre a azul e branco parecem com aquelas de times de futebol que acabaram de ser campeões e têm vários de seus melhores jogadores negociados com clubes mais ricos, normalmente os da Europa.


Mostrando todo o seu amor à escola de Madureira (ironia), o carnavalesco Cahe Rodrigues, a porta-bandeira Alessandra Bessa e o intérprete Gilsinho já anunciaram que vão sair da Portela.

O carnavalesco já acertou inclusive com a Grande Rio, bem mais rica, e onde Cahe, junto com a sua equipe de cinco auxiliares, "vai usar e abusar", como disse.


E criticam a Beija-Flor. Mas há quantos anos a escola de Nilópolis desfila com o mesmo intérprete e a mesma porta-bandeira?
Foto: Daniel Targueta/TV Globo (Cahe e o casal de mestre-sala e porta-bandeira)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Samba se aprende na escola? Ou na universidade?

Estava eu navegando pela internet quando vi um banner publicitário da Universidade Estácio de Sá, do Rio de Janeiro. O anúncio dizia: "Graduação em Carnaval - duração: dois anos e meio".

Quando bati o olho não entendi direito. Achei que se tratava de algum curso promovido durante o carnaval, o que já é estranho, diga-se de passagem. Cliquei e percebi que não. É realmente um curso de graduação da Estácio, promovido pela "universidade politécnica" da instituição.

O nome oficial do curso é "tecnologia em gestão do carnaval". O perfil profissional, segundo o site é: "Atua em produção e gestão de eventos carnavalescos com base na cultura brasileira e na experiência das escolas de samba e de outras manifestações regionais similares, desde a administração de agremiações até a parte criativa do negócio".
E o mercado de trabalho? "O profissional poderá atuar em empresas do setor de turismo e hotelaria, escolas de samba, prefeituras e órgãos públicos, agremiações carnavalescas e folclóricas, clubes e ONGs", diz o site.

Acessei o programa do curso. São matérias interessantes, que vão desde Língua Portuguesa, empreendedorismo, até julgamento de escola de samba!
Claro, fiquei com medo. Um curso desses só mostra mais uma vez que o carnaval, principalmente o do Rio, é cada vez mais um negócio. Não achei o preço do curso. Vou ligar na universidade e me informar e colocar aqui.
Mas que eu fiquei com vontade de prestar o vestibular....ah, sem dúvida!
Para acessar as informações completas clique aqui.

Nenê: homenagem a Candeia

O nosso parceiro do blog Só Candeia postou há pouco tempo esse samba-enredo da Nenê de Vila Matilde de 1981.
Foi uma bela homenagem ao sambista da Portela. Tive de tempo de ouvir hoje. No Só Candeia ainda é possível baixar.
Aqui em baixo você pode ouvir!

Nenê de Vila Matil...

Samba na Feira e grupo Reduto

Já é quarta-feira. Hora de começar a planejar o fim de semana.

Como acontece desde agosto do ano passado, acontece na Vila Santa Maria (bairro do Limão) o Samba Na Feira, sempre realizado no terceiro domingo de cada mês.
O objetivo é cantar sambas inéditos de diversos compositores, não só da Vila Maria. Os fundadores são Tito, Paulo Sérgio, Ley e Xande. O presidente de honra é o sambista Murilão.

De acordo com Daniel da Cuíca, um dos músicos, "os sambas inéditos são priorizados, mas misturados com os antigos".

A roda de samba é composta por músicos do grupo Pé No Chão e alguns integrantes da Ala dos Compositores da Camisa Verde e Branco. Conta com as ilustres presenças da velha guarda da Camisa e do próprio Murilão. Juntos, resgatam antigos sambas e mostram obras inéditas em um ambiente totalmente inusitado!

Serviço
Samba na Feira
Terceiro domingo de cada mês
Horário: a partir das 11h
Local: Avenida Eulina, 256, Vila Santa Maria, Limão, zona norte de SP


Samba na Feira
Sábado
E no sábado, o grupo Reduto apresenta muito samba de qualidade no bar Dinorah, na Vila Madalena.
Quem já ouviu sabe da qualidade.
O Dinorah fica na rua Fidalga, 429, e o samba começa às 22h.

Samba paulista

Tive a oportunidade de assistir o último episódio do documentário Samba à Paulisa - fragmentos de uma história esquecida, na TV Cultura, conforme indicação do Leandro Conceição neste blog.

Realmente muito bom. Impressionante como os bambas de São Paulo são esquecidos em relação aos do Rio de Janeiro. A parte que mostrou os novos movimentos de samba da cidade teve o mérito de não ficar só no Samba da Vela.
O documentário não ficou só no passado. A Vila Madalena apareceu como "novo reduto do samba" em São Paulo.

Curioso que uma amiga havia me indicado no mesmo dia um disco que foi mostrado no documentário: Plínio Marcos em prosa e samba, de 1974, com a participação de Geraldo Filme, Zeca da Casa Verde e Toniquinho Batuqueiro, todos personagens do documentário.

Infelizmente, no ótimo blog Um que tenha o álbum já não está mais disponível para download. Fiquei muito curioso para ouvi-lo.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Bezerra da Silva

Um dos vídeos imperdíveis sobre o tema principal deste blog é "O dia em que o bambu quebrou no meio", dirigido por Pedro Asbeg & Arthur Muhlenberg.
A idéia em si é sensacional. Gravar um curta metragem no velório do Bezerra da Silva. O resultado também ficou ótimo. Até porque grande parte do filme se passa em um bar, localizado ao lado do velório.
Outra coisa que da para notar é que Bezerra, mesmo tendo certo destaque na mídia, teve um velório sem grande alarde, com pouca gente.
No youtube e no site Porta Curtas é possível ver esse e outro filme muito bom sobre o malandro: "Coruja", de Márcia Derraik e Simplício Neto, com 15 minutos de duração.
Mostra a relação de Bezerra com seus compositores, todos moradores dos morros cariocas e da baixada fluminense. Compositores que continuam anônimos. É possível perceber que o talento do sambista se deve também à habilidade de garimpar talentos.

E quem topa gravar comigo um curta no velório do próximo grande sambista que morrer?

O dia em que o bambu quebrou no meio




segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

IV Festival Nacional de Choro


A imprensa quase não divulgou. Só vi uma reportagem no Jornal da Gazeta. Procurei informações na internet e....claro! caí no site Samba-Choro. Segue o texto:

Artistas renomados e consagrados no cenário nacional e mundial da música estarão em São Pedro (SP), durante o IV Festival Nacional de Choro. O evento vai ocorrer de 9 a 17 de fevereiro no Hotel Fazenda São João e conta com extensa agenda de shows e apresentações para o público paulista.

O Festival é promovido pela Escola Portátil de Música, considerada uma das mais importantes na área de educação musical do país, com sede no Rio de Janeiro. São nove dias de música em tempo integral, por meio de oficinas, aulas, palestras, práticas, rodas para músicos já inscritos e shows para o público em geral.

Esta quarta edição do Festival homenageia o centenário de nascimento de Waldiro Frederico Tramontano, o Canhoto, cavaquinista e líder do regional que levava seu nome, de fundamental importância para a música popular brasileira em geral e o choro em particular, no século XX.

Os professores do Festival são os mais respeitados músicos do gênero: Alvaro Carrilho; Amelia Rabello; Anna Paes; Antonio Rocha; Bia Paes Leme; Celsinho Silva, Cristovão Bastos; Jayme Vignoli; Luciana Rabello; Luiz Flavio Alcofra; Marcílio Lopes; Mauricio Carrilho; Nailor Proveta; Nailson Simões; Naomi Kumamoto; Oscar Bolão; Paulo Aragão; Paulo Malaguti; Pedro Amorim, Pedro Aragão; Pedro Paes, Rui Alvim; Thiago Osório e Toninho Carrasqueira. Eles, com os alunos que também são músicos profissionais, serão as estrelas das apresentações.

Confira a programação do IV Festival Nacional de Choro:

* Dia 9/02 – Sábado, 9 h - Roda de Choro na "Feirinha do Produtor" com a participação de alunos e professores; Às 21 h, Show com a "Orquestra dos Professores" na Praça de São Pedro com repertório de choros e marchinhas de carnaval;

* Dia 10/02 – Domingo, 21 h: Show em homenagem ao "Canhoto do Cavaquinho" com Maurício Carrilho, Luciana Rabello, Celsinho Silva, Toninho Carrasqueira, entre outros, no Hotel Fazenda São João. Contempla o repertório gravado pelo Regional do Canhoto quando acompanhava os mestres Benedito Lacerda, Pixinguinha, Altamiro Carrilho e Jacob do Bandolim;

* Dia 12/02 – Terça-feira, 21 h, Show da cantora Amélia Rabello com Marcílio Lopes, Luiz Flávio, Lucas Porto, entre outros, no Hotel Fazenda São João;

* Dia 14/02 – Quinta-feira, 21 h, Show com o pianista Cristóvão Bastos e participação de Maurício Carrilho, Nailor Proveta, Luciana Rabello, também no Hotel Fazenda São João (Esta será a primeira audição das composições de Cristóvão Bastos que estão no seu próximo CD, ainda inédito).Mais informações sobre o Festival no site da Escola Portátil.

A imagem que ilustra este post é reprodução da obra "Chorinho", de Cândido Portinari

"Quem não canta, samba"

A cantora Célia apresenta ao lado do Quinteto em Branco e Preto nos dias 14 e 21 de fevereiro e 20 e 27 de março o show "Quem não canta, samba", no Sesc Pompéia.

Além da bela voz de Célia e da boa música do Quinteto, haverá, ainda, a participação de convidados mais do que especiais.

Só para se ter uma idéia, na estréia da temporada, dia 14 de fevereiro, os convidados são Almir Guineto e Moisés Santana. Será que vai ser bom?

Haverá ainda outros convidados excepcionais, como Arlindo Gruz, Zélia Duncan e Paulo Ricardo (sim, o do RPM). Ou seja, sambistas e músicos de outras vertentes cantando, sempre, samba. O repertório inclui grandes compositores, como Adoniran Barbosa, Paulinho da Viola, Cartola e tantos outros.

Tive o prazer de entrevistar Célia para o Rádio ao Vivo, da Jovem Pan. Segundo a cantora, o repertório não se restringe a um ou outro compositor, mas apenas àqueles que fazem o bom samba. "Só podemos cantar o samba bom. Porcaria, a gente não quer", revela. Célia disparou contra os grupos de pagode chamados comerciais: "Eu não gosto. Sabe aqueles grupinhos de samba que fazem aquela coisa cafona, como 'ah, meu amor, que beleza essa flor'? Eu mudo de canal."

Os shows "Quem não canta, samba", acontecem às quintas-feiras, sempre às 21h, e a estréia é no dia 14 de fevereiro. Confira a agenda e os convidados:

14 de fevereiro: Almir Guineto e Moisés Santana

21 de fevereiro: Arlindo Cruz e Mona Gadelha

20 de março: Paulo Ricardo e Fabiana Cozza

27 de março: Zélia Dundan e Graça Braga

O Sesc Pompéia fica na Rua Clélia, 93. Os ingressos custam 20 reais para usuários em geral, 10 reais para usuários matriculados no Sesc e 5 reais para trabalhadores do comércio matriculados. Vale a pena.

Viviane Castro se diz injustiçada e vai posar nua


Com a vitória inconstestável e a monotonia de mais um triunfo da Beija-Flor, a máquina de fazer carnaval, polêmica mesmo ficou por conta da modelo Viviane Castro, que desfilou com um tapa sexo de apenas 3,5cm.

A musa da São Clemente vai na onda do seu sucesso repentino e deve fazer mais um ensaio para a Revista Gata da Hora, do jornal O Dia. Outras publicações voltadas ao público masculino também já negociam com a "índia" da São Clemente, escola rebaixada neste carnaval.

Curioso vai ser ver um bando de marmanjos comprando as revistas para apreciar fotos de Viviane nua. Mas ela já não desfilou nua?

A modelo declarou que se sentiu injustiçada com a perda de 0,5 ponto da escola por sua causa. "O tapa-sexo não caiu. Acho que fui injustiçada e não quero ser chamada de oportunista", disse. Mesmo assim, Viviane admitiu que na Sapucaí, muitos acharam que ela estava mesmo totalmente nua.

No entanto, diz não estar arrependida de nada e só estaria chateada se a escola caísse exclusivamente pelo 0,5 ponto de punição. O que não aconteceu.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Desfile das campeãs


A Band transmite, ao vivo, o desfile das escolas campeãs de São Paulo a partir das 22 h de hoje. A narração é de Fernando Vieira de Mello e os comentários de Oswaldinho da Cuíca.

Amanhã, também a partir das 22h, José Luiz Datena comanda a transmissão das escolas de samba campeãs no Rio de Janeiro ao lado do carnavalesco Milton Cunha e do músico e compositor Arlindo Cruz.

Fala sério. Datena comentando carnaval vai ser difícil!
Foto: Rudy Trindade/Futura Press (Adriana Bombom volta ao sambódromo sábado com a Portela)

Opção para hoje e amanhã

Nesta sexta-feira e sábado, a choperia do Sesc Pompéia apresenta o show Macumba da Boa!, com o cantor, compositor e escritor carioca Nei Lopes e participação da Fabiana Cozza.

A choperia já é um espaço conhecido do público do samba em São Paulo. O chopp também já é bem conhecido. E aprovado! Vale a pena conferir.

Serviço:
Nei Lopes (part. Fabiana Cozza)
Choperia do Sesc Pompéia
Endereço: Rua Clélia, 93, Lapa, SP
Horário: 21h
Ingressos: R$ 24,00 [inteira]
R$ 12,00 [usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino]
R$ 6,00 [trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes]

Fundo de Quintal faz apresentação pífia e fãs se revoltam


A apresentação do grupo Fundo de Quintal no programa do Faustão, no domingo de carnaval, envergonhou os fãs do histórico grupo e de todos os que gostam e defendem o samba.

Vamos contar a história desde o início.

A idéia era apresentar uma lista de 24 sambas para que o público, por telefone e internet, escolhesse "os melhores sambas de todos os tempos", que vão estar no próximo CD do Fundo de Quintal.

A lista foi feita por produtores musicais e estudiosos do samba, como Rildo Hora e Sergio Cabral, e trazia músicas desde "Pelo Telefone" até "Posso Até Me Apaixonar" e "Vai Passar", de Chico Buarque.

O problema foi que o grupo tocou mal quase todas as músicas! Isso mesmo. Clássicos de Cartola, Nelson Cavaquinho, Adoniran Barbosa, entre outros, foram tocados "nas coxas". Todos ficaram parecendo simples "pagodes".

Foi só mais uma prova da decadência do Fundo de Quintal, capitaneada pelo vocalista principal Mario Sergio, que também vai mal no cavaco.

Se não for possível tirar do grupo o Mario Sergio ou o Ronaldinho (outro que não vem agradando) e trazer de volta Sombrinha, é preciso urgentemente parar de fazer dois shows por noite e colocar a rapaziada para ensaiar. Isso mesmo: o Fundo de Quintal precisa ensaiar. Igual àquelas bandinhas de adolescentes que ficam na garagem o fim de semana inteiro até acertar uma música.

A revolta dos fãs pode ser vista até na comunidade do grupo no orkut, onde foi lançada a campanha "Salvem o FDQ".

Aqui você pode ver os vídeos da apresentação e votar nos sambas. Eu nem me animei a votar, depois de vê-los tão mal interpretados.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Jornalista denuncia "tapioca do Serra"

O texto abaixo, escrito por Eduardo Maretti e publicado no jornal Visão Oeste, mostra bem como a imprensa faz questão de não ver nada que atinja o governo tucano de José Serra.

Segundo o Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, a liderança do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo entregou ao editor do blog dados que constam do Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária do governo estadual.
De acordo com Amorim, “o gasto total com cartões corporativos no Estado de São Paulo (no governo Serra) em 2007 chegou a R$ 108 milhões”, dos quais 44,58% são saques diretos no caixa.
O jornalista ainda afirma que a Folha de S. Paulo teve acesso a tabelas que mostram que o governo Serra gastou a quantia em 2007 e teria esses dados em tabelas detalhadas.
Amorim enviou ao jornal perguntas sobre se “a Folha, de fato, teve acesso a essas tabelas” e se “pretende publicá-las?”. O jornal não se manifestou, segundo ele.
Os dados relativos a cartões corporativos do governo do estado de São Paulo não são disponibilizados na internet para consulta pública. Os dados do governo federal estão em www.portaltransparencia.gov.br.

10 anos depois

Com O Dia

O quarto lugar no Carnaval 2008 foi comemorado como um verdadeiro título pela gloriosa Portela. Depois de 10 anos a escola volta a desfilar entre as campeãs. Na quadra da escola, o presidente Nilo Figueiredo foi saudado como herói depois da apuração, na terça-feira.

“Queria o primeiro lugar, é claro, mas estou satisfeita. Pelo menos estaremos no Desfile das Campeãs”, festejou a passista Vanessa Martins da Silva.

A última vez que a Portela desfilou no sábado foi em 1998. Depois, o máximo que conseguira fora o sétimo lugar em 2004 e 2006. Chegou a flertar com o Grupo de Acesso A, após a pífia apresentação em 2005, quando a Velha Guarda foi barrada para não estourar o tempo de desfile. Mesmo assim, ficou em 13º lugar.

Apesar do entusiasmo pelo quarto lugar, para Figueiredo acredita que a escola merecia mais. “A Portela poderia ter ficado com o segundo lugar. Não digo que foi uma injustiça, mas há notas discutíveis.”

E a Aguia promete voar mais alto em 2009, com um plano de modernização e busca por patrocinadores. “É impossível fazer Carnaval sem nenhuma ajuda. Gasta-se R$ 6 milhões num desfile”, diz o presidente.

O carnavalesco Cahe Rodrigues disse que o desfile deste ano sinalizou o início de uma nova era na escola. “O público viu uma nova Portela: carros maiores, mais efeitos especiais e fantasias volumosas e modernas. A escola rejuvenesceu sem perder a tradição”, explicou.

Crédito da foto: Agência Estado

Gracyanne: Mangueira já entrou derrotada


Eu sei que vão dizer que este post é apenas uma desculpa para publicar foto da Gracyanne Barbosa. Mas juro que não. Afinal, no chat do site sobre celebridades (fofoca mesmo) EGO, da globo.com, a rainha da bateria da Mangueira falou coisas de quem estava realmente vivendo o péssimo ambiente da Estação Primeira, que ficou em 10ª. A sua pior posição desde o início da era sambódromo do carnaval carioca, há 25 anos.

Colocada no posto de rainha, dizem às más línguas, pelo seu namorado Belo, em troca de cantar de graça na quadra da escola, como fez em São Paulo na Império de Casa Verde, Gracyanne disse que a Mangueira já entrou no desfile sabendo que não tinha chances de vencer.
"Todos os problemas que envolveram a escola fizeram com que os patrocinadores debandassem. Com a saída do Percival (Pires), que era presidente, saíram também várias empresas que patrocinavam a Mangueira. Com isso, a escola adquiriu muitas dívidas, principalmente com as fantasias”, disparou.

Para quem não lembra, Percival se afastou da escola depois da divulgação de um vídeo que mostrava ele na festa de casamento do mega ultra traficante Fernandinho Beira-Mar. Detalhe, Beira-Mar não estava na festa, mas sim na cadeia. A noiva tirou foto ao lado de um pôster do seu amado!

Mas, voltando à Gracyanne, aqui é possível assistir o vídeo do chat.
Foto: Marcos Serra Lim/EGO

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Beija-Flor esbanja ouro e vence

Novamente com um desfile tecnicamente perfeito, a Beija-Flor sagrou-se campeã do carnaval carioca.

Mérito dos carnavalescos (sim, a Beija-Flor tem uma comissão de carnaval) e dos compositores do samba-enredo, que transformaram um enredo difícil (a cidade de Macapá) e sem graça num belíssimo desfile.

O resultado é justo. Pode-se questionar de onde vem o dinheiro da escola. A ostentação dos "líderes", como o Neguinho, com ouro por toda parte, chega a ser irritante. Mas analisando apenas o desfile, é inquestionável.

Destaque para a volta da Portela ao desfile das campeãs e ao péssimo desempenho da Mangueira, que teve o desfile muito prejudicado pela chuva, mas também por toda a confusão que colocou a Estação Primeira nas páginas policiais.

Quando coloquei na seção "Samba e Política Recomenda" os sambas-enredo deste ano, comentei que meus preferidos num primeiro momento eram o da Imperatriz, Beija-Flor e Salgueiro. Os jurados concordaram, pois as três escolas só receberam notas 10 nesse quesito.

A Portela veio com um samba que não me pegou de primeira, mas que após certo tempo me agradou muito. Também ganhou só 10.

A polêmica ficou por conta da punição de meio ponto à São Clemente, que acabou rebaixada. A Liga puniu a escola devido à modelo Viviane Castro (foto) desfilar com um tapa sexo mínimo, de apenas 4 cm.

Aliás, nota-se que nas grandes escolas são cada vez mais raras mulheres semi nuas. É o medo de perder pontos no quesito fantasia. Nesse ponto, o carnaval de São Paulo é mais interessante, já que se vê inclusive mais samba no pé do que no Rio, onde existe muita coreografia e teatro.

Ah, e como disse Sérgio Cabral, hoje as escolas do Rio correm mais que as de São Paulo. É verdade. Algumas baterias tocam em uma velocidade onde é impossível sambar. Dudu Nobre comentou isso na Globo.
Parabéns também ao Império Serrano e a toda comunidade da Serrinha, que está de volta ao Grupo Especial. Será que ano que vem o Arlindo Cruz vai fazer samba para a Grande-Rio de novo?
Foto: Marcio Nunes - Photo Rio News

Império Serrano faz desfile emocionante


Do jornal O Dia:

"Última escola da desfilar neste sábado de carnaval, o Império Serrano fez um desfile emocionante, mesmo sob forte chuva. Apesar das dificuldades financeiras, a verde-e-branco mostrou que conseguiu superar a falta de recursos com soluções criativas tanto nas fantasias quanto nas alegorias. Renato Lage e Márcia Lávia, a dupla responsável pelo desfile que homenageou a cantora Carmen Miranda, fez "milagre" e surpreendeu. A bateria de Mestre Átila fez uma exibição impecável e embalou o desfile. Na pista, componentes emocionados, com lágrimas nos olhos, e uma certeza na cabeça: a de que Serrinha está na briga pelo título.

Arlindo Cruz decidiu desfilar na 'última hora' e levou com ele os amigos Andrezinho do Molejo e Maria Rita. A cantora, por sua vez, sambou e distribuiu beijos para a platéia. O escritor Ruy Castro, autor da biografia que deu origem ao enredo, também participou do desfile."

Seria lindo ver a Portela campeã e o Império Serrano de volta ao Especial. Vamos aguardar a apuração daqui a pouco.

Sim, o ano começou (o legislativo, inclusive)

Pois é. Acabaram as férias (aliás, as minhas já terminaram faz tempo!). E o recesso parlamentar, também.

Em uma sessão solene marcada para as 16h, o presidente do Congresso, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB/RN) abre oficialmente o ano legislativo.

Como de praxe, haverá discurso da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Ellen Grace, do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT/SP) e do próprio Garibaldi.

E também é de praxe a mensagem do presidente da República. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, é quem entregará a carta de Lula, que será lida pelo primeiro-secretário do Congresso (e o senador Eduardo Suplicy - amigo da onça, esse Suplicy! - luta para que o próprio presidente o faça nas próximas ocasiões).

Mas o que vai mesmo chamar atenção é a luta da oposição para instalar a CPI da Tapioca - ou dos cartões corporativos, se preferirem. Governo - seja qual for - odeia CPIs. A oposição - seja a quem for - adora. Ainda mais agora, que as TVs Câmara e Senado têm um alcance tão grande. Quando a GloboNews transmite, então... sai de baixo! As sessões varam a madrugada - para desespero nosso, operários da notícia.

Outro assunto é o Orçamento Geral da União. A oposição bate o pé e diz que não vai aceitar aumento de tributo. O governo garante que o acordo para não criar novos impostos valia só até 31 de dezembro - perecível esse acordo, não acham?

No entanto, os governistas têm maioria folgada tanto na Câmara quanto no Senado para aprovar o Orçamento, que só exige metade mais um dos votos - ou seja, 257 deputados e 41 senadores.

Problema mesmo é a Tapioca. A oposição arruma com certa facilidade as 27 assinaturas no Senado. Na Câmara... bem, o fisiológico PMDB quer porque quer cargos de segundo escalão em ministérios. E a CPI pode, sim, ser uma moeda de troca. Com o PMDB, as 171 (que número sugestivo) assinaturas são certas.

É esperar para ver!

Vai, vai, vai... foi!


A Vai-Vai, como todos sabem, foi a grande campeã do Carnaval de São Paulo. É o 13º título da agremiação do Bixiga.


O desfile foi excelente. Aliás, as três primeiras colocadas foram deslumbrantes. A Unidos de Vila Maria, que ficou em terceiro lugar com o enredo "Irashai-mase, milênios de cultura e sabedoria no centenário da imigração japonesa", chegou a arrancar gritos de "É Campeão" no primeiro dia do desfile. A vice-campeã Mocidade Alegre levou à avenida o enredo "Bem-Vindo a São Paulo, sabe por quê? Porque São Paulo é tudo de bom!" e também fez um ótimo desfile, homenageando o ex-túmulo do samba e levantando a galera no Anhembi.


Mas ninguém superou a alvinegra da Bela Vista. Um enredo originalíssimo, "Vai-Vai acorda Brasil, a saída é ter esperança", mostrou que o futuro do país está na educação. Levou uma orquestra de verdade ao sambódromo, mas as regras da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liesa) permitiam que os músicos fizessem apenas figuração. Falou do maravilhoso trabalho desenvolvido pelo maestro Sílvio Baccarelli - sim, o dos casamentos - na favela de Heliópolis, a maior da capital paulista. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi destaque em um dos carros alegóricos - o que não deixa de ser uma ousadia, pois um político conhecido pode ser facilmente vaiado pela multidão.


A apuração não foi menos emocionante que o desfile da Vai-Vai e da Mocidade. No último instante, no último critério, por 25 centésimos, a Mocidade não foi campeã. As duas atingiram a pontuação máxima: 90 pontos. A maior e a menor nota eram descartadas, segundo o regulamento deste ano. Por isso, o 9,75 da Mocidade não foi utilizado na soma total dos pontos, mas valeu para critério de desempate. O quesito "harmonia" era o primeiro a ser considerado.


O Anhembi literalmente pirou com a Vai-Vai. A bateria esteve impecável, com um espetáculo chamado Amanda Françoso (foto) à frente. As bandeirinhas distribuídas pela escola foram até usadas, vejam só, em uma coreografia pelo público. É a mais popular, a mais tradicional e a maior campeã do carnaval paulistano. Parabéns, Vai-Vai!


(foto: Tiago Queiroz / Agência Estado)

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Samba e política... mesmo!


Creio que não houve antes a oportunidade de tratar dos dois temas centrais deste blog em um só post: samba e política.

Primeiro, as escolas de samba de São Paulo estão de parabéns. Ano a ano, evoluem e se aproximam cada vez mais da majestade existente no Rio de Janeiro.

Porém, não é para falar sobre o desfile que escrevo aqui.


Não conheço a Sapucaí - infelizmente -, mas a estrutura do Anhembi é lamentável em alguns aspectos.

No setor H, por exemplo, onde eu estava, a fila da lanchonete demorava o mesmo que o tempo de uma escola na avenida. Ou seja, se você fosse comprar um sanduíche, perderia um desfile.

A idéia do transporte gratuito - chamado Orca - do Metrô Tietê até o Anhembi seria excelente, se não fosse por um porém. Os ônibus param a uma longa distância dos portões de acesso das arquibancadas. São cerca de 10 minutos de caminhada, ou mais. E o pior é que os ônibus que transportam os convidados "vips" vão até as portas do camarote. Por que estes ônibus podem ir mais além que os de transporte gratuito ao Metrô? O dinheiro fala mais alto.
(foto: Joveci de Freitas / Jovem Pan)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Chegou carnaval

Foi lamentável a decisão da Justiça que proibiu o carro alegórico da Viradouro que iria retratar o Holocausto. A Federeção Israelita do Rio de Janeiro entrou com ação e o carro, que custou R$ 400 mil, teve de ser desmontado.

Todo ano é a mesma coisa. Normalmente é a Igreja quem tenta barrar alguma alegoria. O que a Viradouro tentou fazer foi retratar um dos momentos mais tristes da história da humanidade, um momento que não deve ser esquecido. Mas a escola de Niterói também tem outra alegoria muito esperada. A que vai trazer uma pista de ski para a Sapucaí.

Mas o carvanal tá aí. Novamente, no Rio, Beija-Flor é a favorita. Tem um bom samba e patrocínio, dinheiro. Torço para que a Portela chegue pelo menos no desfile das campeãs e que o Império Serrano volte para o grupo especial.

Em São Paulo, parece que a Império de Casa Verde e a Mocidade Alegre vêm fortes novamente. Mas não apostaria meu dindin em ninguém.

É isso aí. Bom carnaval a todos!

Enquanto pulamos carnaval...

Os pré-candidatos à presidência dos Estados Unidos se preparam para a chamada “superterça”, no dia 5, quando 21 estados realizam prévias e devem definir quem vai disputar a sucessão de George W. Bush pelos partidos Democrata e Republicano.

Entre os democratas, John Edwards saiu do páreo. O ex-senador pela Carolina do Norte desistiu da corrida após perder as prévias em quatro estados. Agora, a disputa ficou polarizada entre Barack Obama e Hillary Clinton, que venceu com boa vantagem na Flórida e lidera a disputa. No início da semana, Obama recebeu o importante apoio do senador Ted Kennedy.Segundo pesquisa da Associated Press, 40% dos partidários de Edwards dizem apoiar Hillary, enquanto 25% apóiam Obama.

Já pelo partido mais conservador, o Republicano, o senador pelo Arizona John McCain venceu na Flórida e está à frente de Mitt Romney. O favoritismo de McCain aumentou com o apoio anunciado pelo governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger. A Califórnia é um dos estados mais importantes na disputa, pois representa 15% do total de votos necessários para a nomeação.O ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, desistiu da disputa e também anunciou apoio a McCain.
(Publicado originalmente no jornal Visão Oeste)