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terça-feira, 22 de abril de 2008

O CD novo do Quinteto em Branco e Preto

Foi publicado no blog do Nei Lopes uma resenha do mais novo CD do Quinteto em Branco e Preto, Patrimônio da Humanidade.

Tive a oportunidade de ver o novo show do grupo na choperia do Sesc Pompéia há 2 semanas. Realmente o trabalho está em altíssimo nível, apesar de não ser tão bom quanto o CD anterior, Sentimento Popular.

Mas está ótimo e firma mais ainda o Quinteto como melhor grupo de samba na atualidade.

Segue o texto:

Quinteto retorna fiel às cores do melhor samba

Enquanto o grupo carioca Fundo de Quintal permanece cedendo às duras pressões da indústria fonográfica para gravar redundantes discos ao vivo (com justa ressalva para o belo álbum de inéditas Pela Hora, de 2006), o Quinteto em Branco e Preto colhe os frutos por semear no quintal paulista o gosto pelo melhor samba. Avalizado por Beth Carvalho desde seu primeiro disco, Riqueza do Brasil (2000), o grupo chega ao terceiro CD, Patrimônio da Humanidade, fiel às cores do melhor samba. É o primeiro álbum do Quinteto em seis anos - e o sucessor de Sentimento Popular (2002) vai fazer jus à expectativa criada pelos admiradores dos sambistas, oriundos da periferia de São Paulo (SP). O padrão de qualidade do grupo é mantido em sambas como o melódico Mananciais - trunfo do CD.

Seja nos sambas românticos de tom dolente que nunca resvala na banalidade do pagode sentimental (Desejo, Coisas do Coração, Meu Pranto), seja nos sambas de balanço mais buliçoso (Cabrochinha é uma delícia), os principais compositores do grupo - Magnu Sousá e Maurílio de Oliveira - mostram que estão entre os melhores criadores do gênero. No repertório quase todo inédito de Patrimônio da Humanidade, há belos sambas da dupla - como a faixa-título, que alude ao fato de o samba de roda da Bahia ter sido eleito patrimônio nacional pela Unesco. Fora da lavra de Magnu e Maurílio, há partidos de altíssimo quilate como Brisa da Colina e Carrapato Deu no Boi, unidos em contagiante medley. Outro destaque é Prisão Especial, parceria de Nei Lopes com o violonista e vocalista do quinteto, Everson Pessoa. Na sarcástica letra, a melhor do CD, o sempre afiado Nei Lopes alfineta o preconceito que ainda envolve os sambistas face às empresas e autoridades. Tema recorrente em Elemento Suspeito, que toca na ferida do racismo ao falar do preconceito sofrido pelos negros que moram em morros e favelas - com direito a efeitos sonoros. Enfim, Patrimônio da Humanidade é um grande disco de samba. Somente os preconceituosos e os cariocas bairristas vão fechar os ouvidos para a beleza do repertório gravado pelo Quinteto em Branco e Preto - ele próprio um patrimônio do samba. E do Brasil.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá,estudo História. Sou do interior Paulista. Tenho pesquisado sobre samba pois tenho vontade de mais pra frente fazer algum tipo de trabalho sobre samba, seja no que diga respeito as origens ou qualquer outro aspécto. Para isso, estou atrás de sites, blogs, livros, discos, que fale sobre Samba. Principalmente o Samba paulista e paulistano.
Qualquer dica ou ajuda será bem vinda. Eu não conheço nada, ou quase nada sobre samba, por isso tudo que vier para mim será novidade.
Se não for pedir muito estou disponibilizo meu e-mail para que você possa me passar irformações, seja de livros, discos,documentários, o que quer que seja.

fs_fabricio@yahoo.com.br

Obrigado.