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terça-feira, 24 de novembro de 2009

Brasil e Irã

Você deve ter assistido ontem nos principais telejornais e lido hoje nos jornais que o presidente Lula recebeu o líder do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e que, por isso, o Brasil apoia o terrorismo, está no Eixo do Mal dos EUA, etc.

Não é nada disso. Reproduzo abaixo um artigo de Eliane Cantanhêde (quem diria!), da Folha de S. Paulo, que vai contra o provincianismo e a falta de conhecimento das relações internacionais.

Antes perto do que inacessível

BRASÍLIA - Mahmoud Ahmadinejad vem aumentando sua presença na América do Sul, que fica logo abaixo e sofre influência direta do arqui-inimigo do Irã, os EUA. Não deve ser por acaso.
Primeiro, Ahmadinejad passou a visitar a Venezuela com uma frequência curiosa. Depois, aproximou-se do Equador e da Bolívia. Agora, botou literalmente os pés no Brasil, trazendo mais de 200 empresários de vários ramos, de agricultura a energia.
Diplomacia se faz muito pelos interesses bilaterais, um pouco pelos regionais e às vezes pelos multilaterais. Na vinda de Ahmadinejad, esses três ingredientes estiveram fortemente presentes, enquanto gays, feministas, bahá'ís e judeus gritavam do lado de fora dos palácios. Para o mundo ouvir. A visita é mais um marco da polêmica política externa brasileira, que já criou "frisson" com uma cúpula Mercosul-países árabes em Brasília e atraiu ao país num só mês os presidentes de Israel, da Autoridade Palestina e agora do Irã.
A intenção não é assumir um lado da questão, nem apoiar o regime iraniano, muito menos compactuar com as barbaridades de Ahmadinejad, que nega o Holocausto e já pregou "varrer Israel do mapa".
É, ao contrário, fazer como o Brasil faz inclusive com a Venezuela de Chávez: perto o suficiente para ter penetração e diálogo, longe o necessário para não se comprometer com regimes, governos ou decisões pontuais. Ao contrário, tendo força moral para criticá-los. É melhor ter o Irã por perto e submetido a alguns compromissos do que tê-lo isolado para fazer o que bem entender. Aliás, o simples fato de haver uma crescente oposição interna é bom sinal. Ahmadinejad sabe que ela não está sozinha e que o mundo está de olho. Não deixa de ser uma forma de proteção.
Engana-se quem acha que é uma ação do Brasil veladamente contra os EUA. Ao contrário, trata-se de um jogo bem combinado.

5 comentários:

Eduardo Maretti disse...

Bom registro, Fernando. A Catanhêde (como Clóvis Rossi e similares) "não dá ponto sem nó", conforme dizia minha avó. Em breve ela contra-atacará. Quando ela contra-atacar, registre novamente!

ortsiger disse...

Sei que este post é sobre o Irã, e comento apenas que esse "fuzuê" é apenas jogo de cena. Claro que os interesses em jogo são outros, mas isso é outra história.

Achei seu site, por uma dúvida que estava a meses e só tive tempo de pesquisar hoje, pois alguns meses ouvia uma música do Mario Sergio, acho que "Na Laje", enfim, e imaginei que ele tivesse dando um tempo do Fundo e tal.

Mas na verdade ele saiu do FDQ, e com ele levou toda a estrutura do site, que era muito bom, com a discografia completa, algumas musicas e letras para ouvir, etc ... e vi literalmente que a vaca foi para o brejo !

E semana retrasada ouvi uma música e achei estranho o locutor falar: "Essa é a nova música do FDQ ...", mas não reconheci a voz do Sereno e do Ronaldinho.

Hoje descobri que o Flavio Silva (ex- 100%) está no grupo, e concordei com seu post de 21/11 que vai ser difícil uma bonança e só resta relembrar os bons LP's dos anos 80' com boas composições, músicas que realmente passavam uma realidade legal, tanto nos partidos, quanto nas dolentes.

E você não comentou, mas digo aqui: O último CD que o Fundo fez a vera mesmo, foi "Livre pra Voar", depois disso só vieram compilações de sucessos, cd's/dvd's ao vivo e as músicas inéditas, tirando "papo de samba", infelizmente, para mim, foram apenas músicas "forçadas" a entrar num repertório pedido pela gravadora.

Bom, falei demais e espero não ter sido deselegante em escrever em um post posterior ao assunto.

Abraços !

Fernando Augusto disse...

Nossa "ortsiger", é verdade. Acabei de acessar o site do Fundo de Quintal e vi que o Mario Sergio que ainda atualiza. O último post é de agosto, onde ele fala sobre o estado de saúde do Cléber Augusto.

Mas os outros integrantes do FDQ, até onde eu sei, continuam por lá. Mas, infelizmente, acho que é o último suspiro do "Fundo" mesmo. Espero que eu esteja errado.

Fernando Augusto disse...

Ah, e continue acessando o blog.

Valeu!

Unknown disse...

petista

¬¬'