Publicado no jornal Visão Oeste:
A carreira de Carmen Miranda começa nos anos 20. Em 1929, grava seu primeiro disco, na Brunswick, com as canções "Não Vá Sim’bora" (samba) e "Se O Samba é Moda" (choro), embora alguns biógrafos considerem que sua primeira gravação tenha sido o compacto simples Triste Jandaia, produzido alguns meses depois pela Victor, já uma gravadora importante.
Em fevereiro de
Por falta de conhecimento, há quem não goste de Carmen, devido a sua “figura caricata”, que estereotipa a cultura nacional, por exemplo. Mas ela foi muito mais do que isso.
Primeiro, transformou-se na maior artista (homem ou mulher) popular do país na primeira metade do século 20, uma época de enormes preconceitos e discriminação contra a mulher. Segundo, com imenso talento, ginga e uma voz até então inigualável, divulgou a arte, a cultura e particularmente a música brasileira aos povos, como bem disse ninguém menos do que Heitor Villa-Lobos, o mais importante músico brasileiro (veja box abaixo).
Terceiro, a alegria tropicalista da “pequena notável” influenciou gerações, que a seguiram. É, por exemplo, óbvio que os elementos de suas performances tiveram eco formidável no Movimento Tropicalista, nos anos 60. Como fica claro na canção “Tropicália”, de Caetano Veloso, o manifesto inicial desse movimento.
E, em
"Nenhum brasileiro de bom senso pode ignorar o muito que Carmen Miranda fez pelo Brasil lá fora, transportando este país na sua bagagem, ensinando a povos, que jamais haviam tomado conhecimento de nossa existência, a cantar as nossas músicas e a adorar o nosso ritmo. Carmen Miranda será sempre uma dívida irresgatável". (na Revista O Cruzeiro, em 12 de abril de 1952).
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