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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Estou falando é de você...

Certa vez na transmissão do desfile das escolas de samba, a Leci Brandão, que comentava, disse que a agremiação com a maior força de comunidade, a mais "pé no chão", era a Nenê da Vila Matilde.

Não sou grande frequentador das escolas de samba. Não vou o ano inteiro. Mas no último ensaio da Nenê, lembrei das palavras da Leci (essa sim, grande entendedora e apoiadora do carnaval paulistano). Que energia, que passistas, quanta tradição.

E sobretudo, que escola negra! Claro que não sou contra todas as raças pularem o carnaval. Mas não é a mesma coisa. Quem gosta de escola de samba sabe do que falo.

Pra entender um pouco dessa tradição, segue um pouco da história da Nenê.

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Nenê de Vila Matilde foi fundado em 1º de janeiro de 1949 na Rua Joaquim Marra, no Largo do Peixe, Vila Matilde, por um grupo de sambistas liderados por Alberto Alves da Silva, o Nenê, um dos últimos cardeais do samba, como são chamados os fundadores das escolas tradicionais criadas nas décadas de 40 e 50. O nome é uma homenagem do professor Mário Protestato dos Santos (o Popó) a esse grande sambista que, aos 76 anos, recebeu o título de Presidente Imortal da agremiação. Antes de ser batizada como Nenê de Vila Matilde a escola teve dois outros nomes que duraram apenas um dia, 31 de dezembro de 49. Os nomes eram 1º de Janeiro e Unidos do Marapés. Seus fundadores foram seu Nenê , Antônio Alves de Almeida "Tókio", Júlio Francisco, Juvenal Tomaz, Geraldo Albertino, Geraldina Alves de Silva, Benedito Alberto da Silva e também Balbino de Paula Sodré.

Seu Nenê - Alberto Alves da Silva - foi durante toda a vida da escola o seu presidente. Só passou o comando em 1996 para seu filho, Alberto Alves da Silva Filho, em razão da idade, mas continua a desfilar na sua escola. A casa do Seu Nenê fica na mesma rua da quadra e ele é um grande personagem não só do samba paulistano, mas de toda a Zona Leste, a mais populosa da cidade.

Outra data inesquecível para a agremiação, foi em 10 de janeiro de 1970, quando foi batizada pela Portela em sua própria quadra.
A história completa aqui.

Um comentário:

Leandro Conceição disse...

É bom apreciar muitos momentos como esse. Parece que a escola ainda preserva suas raízes, caso raro.Parabéns à querida Nenê!

Lí esses dias que a Gaviões (eu acho, desculpe se errei) se apressou para convidar uma recém saída do BBB para desfilar. O que uma ex-BBB fez para merecer destaque numa grande escola como a Gaviões? E o respeito aos que acompanham a escola o ano todo e acabam sendo meros espectadores da vitrine de oportunistas que se tornou o carnaval?