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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Renúncia de Fidel não muda o regime

É quase unanimidade, inclusive entre os que consideram Fidel Castro simplesmente um “ditador”, que a sua renúncia do poder 49 anos após a Revolução não representa uma drástica mudança na política e no sistema econômico socialista da ilha.
Há 19 meses afastado da presidência por motivos de saúde, Fidel anunciou na quarta-feira, 19, em carta publicada no jornal oficial Granma, que não vai reassumir o cargo de presidente do Conselho de Estado, que deve ficar com o seu irmão Raúl Castro. Fidel vai continuar a atuar apenas com idéias, repercutidas pela TV e jornal estatais.

A notícia da renúncia não surpreendeu a ninguém e não gerou grandes reações entre os dissidentes de Miami, ávidos por uma oportunidade de derrubar o regime socialista.
Em sua longa jornada, o líder comunista teve como principal inimigo o vizinho Estados Unidos, que não só tentou assassinar Fidel (via CIA), como invadiu Cuba em 1961, em episódio conhecido como a invasão da Baía dos Porcos.

Os avanços na qualidade de vida da população foram inegáveis desde a Revolução, mas após a dissolução da União Soviética (1991) Cuba enfrentou dificuldades que começaram a ser superadas com o investimento (em parcerias com a iniciativa privada) no turismo. No entanto, a falta de liberdade e o contraste entre quem trabalha no turismo ou na máquina estatal com os habitantes “comuns” é um desafio de Raúl Castro para manter o regime.

O novo comandante já acenou com aberturas, mas que não devem significar a instauração de um “modelo chinês”, como querem os liberais.

O embargo econômico imposto pelos EUA deve continuar, qualquer que seja o resultado da eleição presidencial de novembro. Mesmo o democrata Barack Obama, que tem como lema de campanha a mudança (change), só diz que vai "dialogar" com os inimigos do país, o que já é um avanço, mas não dá esperança de mudanças.

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